Conteúdo e engajamento serão “carros-chefes” no ano escolar de 2021

Ainda sob os efeitos da pandemia na Educação, a forma como o conteúdo será exposto e os índices de engajamento dos estudantes a esse material vão determinar o bom andamento do ensino nas instituições

Se a pandemia foi responsável por uma aproximação de professores e estudantes de experiências de ensino remoto, chega o momento de otimizar essa operação e propor metodologias de ensino híbrido eficientes para a continuidade dos trabalhos.

Neste artigo do Institute of Technology and Education (Iteduc), o objetivo é reproduzir alguns insights sobre a forma como os currículos serão executados em 2021, bem como tratar dos desafios para o engajamento dos alunos nesse novo cenário.

Conteúdo e engajamento

No ano de 2020, a sociedade brasileira aplaudiu a perseverança de escolas e professores que se viram diante de um grande obstáculo e, com coragem e dedicação, persistiram na missão de ensinar.

Para se ter uma ideia do que estamos falando, vale ressaltar o número obtido com a pesquisa Trabalho Docente em Tempos de Pandemia, conduzida pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).

conteúdo

Isso significa, certamente, uma superação, ao notar que, mesmo com números preocupantes de evasão escolar, o ensino público e privado no Brasil buscou alternativas para continuar durante os meses restantes, até o final do ano letivo.

No entanto, a mesma pesquisa enfatiza outro ponto extremamente importante (e preocupante). Em junho do ano passado, desse total de professores ouvidos, 42% ainda não haviam recebido qualquer tipo de treinamento para a execução dos currículos nessas plataformas.

Como sabemos, o processo de aprendizagem não é um trajeto de “mão única” e a participação do aluno, qualquer seja sua faixa etária, faz parte do sucesso desse trajeto.

Isso significa que ensinar para um aluno desmotivado, ausente e pouco participativo não vai trazer resultados satisfatórios em nenhuma das abordagens.

O ensino em 2021

A relação entre conteúdo e engajamento esbarra, ainda, em outro ponto importante para a condução dos trabalhos: a forma.

O que se viu em um número muito grande de escolas ao redor do país – muitas delas da rede particular –, foi a utilização da tecnologia para uma simples transposição do modelo presencial para o remoto.

Isso significa que, em frente aos smartphones, notebooks, webcams e plataformas, docentes passaram a aplicar, de forma idêntica, a mesma aula que passavam em frente à lousa e às carteiras.

A diferença é que, nesse cenário, o conteúdo passa a ser exposto a um aluno que não está nesse ambiente, mas deitado no sofá, sentado no quarto ao lado de todas os itens que fazem parte do seu lazer, em residências sem nenhuma condição de fazer o papel de sala de aula ou, então, ambientes compartilhados com pais em home office e irmãos na mesma situação estudantil.

É impossível esperar, nessas condições, altos índices de motivação e engajamento em uma aula simplesmente expositiva. A aula precisa mudar e a interação com os estudantes, também.

Transformação e legado

Em artigo recente, o doutor em Educação, Paulo Tomazinho, traz um olhar mais construtivo ao momento que a educação brasileira (e mundial) vivencia. Em sua análise, ressalta a oportunidade de reinvenção que o momento nos propicia.

Uma transformação que pode alcançar alunos, professores, gestores e instituições.

Como precaução para o momento, ele sinaliza que a escola deve manter o caixa preservado e investir, essencialmente, na operação simples e funcional. Dentre as prioridades está o pilar da Comunicação. Pais, alunos e colaboradores devem estar no radar da instituição, recebendo informações, notícias, comunicados e, é claro, também sendo ouvidos e respondidos.

A figura do professor, tão citada neste artigo, passa a ter um papel potencializado. Sem a escola física, o “rosto” do colégio é o do docente. É importante valorizar a figura desse profissional e, na condução das práticas, incentivar sua criatividade no desenvolvimento e implementação das aulas.

É fundamental não imaginar esse novo momento como um padrão. Não há uma receita de bolo que equalize problemas tão distintos, que abrangem perfis diferentes entre si em tantos aspectos.

Se faz necessária a experimentação, a busca pela qualidade do conteúdo e o incentivo ao engajamento do aluno. Nesse processo, a formação dos colaboradores é um mecanismo fundamental.

O alicerce do curso O Professor na Era Digital, oferecido pelo Iteduc, apresenta esse olhar para o novo momento das relações de ensino – isso está no DNA da proposta.

São investimentos na construção de um ensino forte mesmo diante da adversidade. Enquanto o ano de 2020 arrancou aplausos pela resiliência das instituições, em 2021 quem vai se destacar é a escola que melhor conseguir entregar os conteúdos a uma comunidade escolar tão fragilizada.